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Você não está errado – a ansiedade tem raízes profundas

A ansiedade é uma resposta natural do organismo ao estresse, mas quando se torna constante e intensa, pode paralisar a vida de uma pessoa. Estudos da psicologia e das neurociências indicam que a ansiedade excessiva está frequentemente ligada a experiências emocionais mal processadas, principalmente traumas. Desde a infância, situações de abandono, rejeição, humilhação ou insegurança podem deixar marcas profundas no sistema nervoso, tornando o indivíduo mais vulnerável ao medo e à preocupação constante. Com o tempo, essas memórias emocionais podem se transformar em padrões automáticos de resposta ao mundo, levando a estados de alerta permanente e crises de ansiedade.

Quando um trauma não é devidamente tratado, o cérebro passa a interpretar qualquer situação de incerteza como uma ameaça real. Isso acontece porque a amígdala, região responsável por processar emoções como o medo, se mantém hiperativa, enviando sinais constantes de perigo ao corpo. Assim, mesmo em momentos de segurança, a pessoa pode sentir palpitações, falta de ar, tensão muscular e pensamentos acelerados, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. Essa ativação constante do sistema de defesa pode desgastar o sistema emocional e até gerar sintomas físicos persistentes, como insônia, fadiga crônica e problemas digestivos.

Uma das formas mais eficazes de lidar com a ansiedade de origem traumática é o processo de liberação dos traumas e cura das feridas emocionais. No meu trabalho, auxilio pessoas a identificarem as raízes de seus medos e inseguranças, ajudando-as a reconstruir suas percepções sobre si mesmas e sobre o mundo. Muitas vezes, a ansiedade é alimentada por crenças inconscientes, como “não sou bom o suficiente” ou “vou ser abandonado”, que surgem a partir de experiências dolorosas do passado. Trabalhar essas crenças é fundamental para reduzir os gatilhos de ansiedade e permitir que a mente responda aos desafios da vida de maneira mais equilibrada.

Além disso, desenvolver novas formas de autorregulação emocional é essencial. A consciência sobre o próprio corpo e sobre as emoções ajuda a interromper o ciclo de estresse antes que ele se torne uma crise. Exercícios simples de respiração, de presença e conexão com o momento atual auxiliam a mente a sair do estado de hiper alerta. A prática de autocuidado emocional, aliada a um ambiente seguro para expressar sentimentos reprimidos, possibilita a reconstrução da confiança e do senso de controle sobre a própria vida.

Hábitos diários também fazem toda a diferença. Atividades físicas liberam endorfina e serotonina, que ajudam a reduzir a ansiedade naturalmente. Uma alimentação equilibrada, evitando excesso de cafeína e açúcar, pode estabilizar o humor. Dormir bem e criar momentos de pausa ao longo do dia são atitudes simples, mas poderosas para manter a mente mais tranquila. Pequenas mudanças, quando aplicadas com constância, geram grandes transformações.

Você não precisa viver refém do medo e da preocupação constante. Superar a ansiedade causada por traumas não acontece da noite para o dia, mas é possível com dedicação e apoio adequado. O primeiro passo é reconhecer que a ansiedade não é um inimigo, mas sim um sinal de que algo dentro de você precisa ser acolhido e curado. Ao olhar para a raiz do problema e trabalhar o fortalecimento emocional, é possível viver com mais leveza e confiança.

Zildinha Leles

Terapeuta Integrativa, especialista em liberação de traumas emocionais

(37)98802-8598

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