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Tecnologia em foco na Saúde

O Brasil precisa de uma mudança profunda na estrutura da saúde, para que soluções inovadoras e sustentáveis sejam aplicadas, de forma a permitir mais acessibilidade da população aos serviços, redução dos custos e alívio da sobrecarga de atendimentos nas Unidades de Pronto-atendimento. Mais de 70% dos brasileiros utilizam o SUS (Sistema Único de Saúde) quando necessitam de atendimento e uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada nos últimos 5 anos, mostrou que deste total, 47,9% apontou as Unidades Básicas de Saúde como principal porta de entrada aos serviços ofertados ao público. O estudo também evidenciou que a saúde chega a quem mais precisa. Contudo, se você perguntar às pessoas de seu convívio o principal problema do país hoje, a resposta da maioria certamente será: A SAÚDE.

No início dos anos 90, a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu a importância de investir em tecnologia para melhorar a saúde no mundo. A telessaúde, formulada em 2005 passou a orientar os países para o uso de TICS (Tecnologias de Informação e Comunicação) nas abordagens diagnósticas, nas rotinas de atendimento, nas consultorias médicas e nas qualificações profissionais. Após a pandemia da COVID19, ficou notável o quanto estamos carentes das iniciativas que realmente dêem condição de tratar e prevenir doenças, conforme a agilidade e democratização de acesso à saúde que precisamos.

Trazendo o tema tecnologia em saúde para a nossa realidade no interior, quero abordar uma das soluções que precisamos investir: a telemedicina. Ela oferece consultas e cuidados médicos à distância, por meio de plataformas online, sendo uma alternativa eficaz para suprir a falta de profissionais, reduzir as altas filas de espera e agilizar os fluxos de atendimento.

A telemedicina está normatizada na Resolução de número 2.314/2022 e suas diretrizes foram estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Isso significa que os profissionais seguem legislações para o seu exercício e digo isso, para que escolha uma rede de serviços séria, dentre as opções de mercado, que cumpra os critérios existentes, como se fosse um procedimento presencial, seja no atendimento por um médico, psicólogo, nutricionista ou qualquer outro especialista.

Vou ilustrar agora a importância de sua aplicação no dia a dia. Imagine uma mãe solo, de baixa renda e com crianças autistas tendo que se deslocar para uma Unidade Básica de Saúde em um dia chuvoso para pegar a receita de um medicamento, ou em um idoso com dificuldade de locomoção tendo que usar um serviço coletivo que não oferece acessibilidade para mostrar um resultado de exame após o tratamento de uma infecção. Pense em um paciente de doença crônica acamado e com início de escaras aguardando por semanas o agendamento da visita médica ou em um profissional que enfrenta jornadas duplas tendo que viajar por horas em seu momento de descanso para se qualificar ou cuidar da saúde mental. A telemedicina não é apenas uma combinação de medicina e tecnologia, mas um modelo de atendimento que preenche lacunas na assistência à saúde, combatendo disparidades regionais e permitindo a otimização de tempo e a valorização da vida.

Tecnologia e saúde são áreas que amo e sempre lutarei para que soluções sustentáveis sejam utilizadas. Existem inúmeros desafios na dinâmica entre os profissionais, pacientes e infraestruturas utilizadas, mas com certeza, o futuro que víamos apenas em filmes de ficção chegou e precisamos nos adaptar e unir esforços para usufruir de suas vantagens, superar as dificuldades e assim, cuidar melhor de todos. 

Juliana Jaber

Juliana Jaber é palestrante motivacional, gestora de pessoas, analista de tecnologia da informação, escritora, artesã e ativista da saúde. Foi vice-prefeita de Bom Despacho (2021-2024). É fundadora da ONG Metástase do Amor (2015). Acompanhe @jujaber pelas redes sociais e conheça mais sobre sua história no site www.julianajaber.com.br .

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