O mês de agosto é marcado por uma campanha de grande relevância para a saúde pública: o Agosto Dourado. Essa iniciativa foi estrategicamente pensada na década de 90, a partir de um encontro entre a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), e visa destacar a importância do aleitamento materno para o fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê, bem como para a saúde de ambos. A cor dourada representa a campanha e simboliza o leite materno como um alimento padrão ouro, considerado perfeito para os bebês, por fornecer todos os nutrientes necessários para o seu crescimento e desenvolvimento.
Em 1991, foi criada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação e no ano seguinte, a Aliança instaurou a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) e, todos os anos, define um tema para trabalhar envolvendo ações em cerca de 120 países. “Priorize a Amamentação: Crie Sistemas de Apoio Sustentáveis” é o tema escolhido para o ano 2025. O período de aleitamento materno, embora seja um ato natural e um dos mais lindos gestos de amor de uma mãe pelos filhos, é desafiador. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 38% das crianças são amamentadas de maneira exclusiva com o leite humano e em demanda livre até o sexto mês de vida. Infelizmente no Brasil, os dados são ainda mais preocupantes, pois segundo o Ministério da Saúde, apenas 9% das crianças se beneficiam do aleitamento humano exclusivo, ao longo desses seis meses iniciais de vida.
Você sabia que o leite materno fortalece o sistema imunológico dos bebês, protege contra infecções respiratórias, diarreias, obesidade, alergias, previne doenças crônicas no futuro, favorece o desenvolvimento cognitivo e melhora a saúde bucal? Aumentar os índices de aleitamento humano, além de ajudar na qualidade de vida das crianças, reduz a desnutrição e a mortalidade infantil.
A amamentação também traz benefícios para as mamães, como a aceleração da recuperação do organismo no pós-parto, a proteção contra doenças cardiovasculares, a redução do risco de câncer de mama e ovário no futuro, o fortalecimento do vínculo e o combate à depressão.
Grande parte das mulheres deixa de amamentar por falta de informação, dor, medo e estress. A maternidade não vem com um manual e o choro de um bebê é enlouquecedor, porque surgem dúvidas se o leite é suficiente ou forte o bastante, se os alimentos ingeridos pela mãe são prejudiciais e se fisicamente, o peito volta ao normal após o processo. Mulheres precisam de rede de apoio para lidar com a rotina exaustiva do puerpério, compreender verdadeiramente os benefícios do leite materno, aprender as técnicas corretas para evitar feridas e melhorar a pega, e finalmente, para continuar amamentando mesmo diante das pressões do trabalho e da sociedade.
Amamentei meus dois filhos até que completassem 2 aninhos e nos primeiros meses de vida deles, quase desisti pelos machucados constantes nos mamilos e excesso de leite nos peitos, mas fui em busca de apoio profissional e consegui vencer as dores para proporcionar o meu melhor como mãe. Eles amamentaram em livre demanda até os 6 meses, depois passaram pela fase da introdução alimentar e quando voltei a trabalhar, fazia a ordenha para armazenar o leite e também para não secar diante das longas horas longe deles. Foi um período muito feliz e no momento de parar, sofri pelo medo de perder aquele vínculo gostoso da troca, mas compreendi que a relação entre uma mãe e seus filhos fica mais forte a cada dia, quando existe amor.
Estou vivenciando a alegria de ver minha filha amamentando seu bebezinho e seguindo meus exemplos como mãe e esta é uma sensação que me traz muito orgulho e paz. Ela também precisou de ajuda profissional para entender sobre a pega ideal e para lidar com os desafios da maternidade. Ter profissionais de saúde competentes ao nosso lado traz segurança e conhecimento para nossa evolução e deixo um grande abraço à obstetra Dra Diva Maria Dias, que nos acolheu e acompanhou numa gestação de risco; à fisioterapeuta Dra Lívia Vieira, que muito nos ensinou no pré e pós-parto; aos enfermeiros da Maternidade no Hospital São João de Deus; e à pediatra Dra Katja Radoyka (Cartão BD Saúde), que com sua dedicação deixa todas as consultas do meu neto especiais.
O Agosto Dourado é uma oportunidade para celebrar a importância do aleitamento materno e promover a conscientização sobre os seus benefícios. Como sociedade, é nosso dever trabalhar juntos para apoiar as mães e promover o aleitamento materno, garantindo um futuro mais saudável para as próximas gerações.
Juliana Jaber é palestrante motivacional, gestora de pessoas, analista de tecnologia da informação, empreendedora, escritora e ativista da saúde e defensora da educação inclusiva. Foi vice-prefeita de Bom Despacho (2021-2024). É fundadora da ONG Metástase do Amor, que apoia famílias no enfrentamento do câncer. Acompanhe @jujaber pelas redes sociais e conheça mais sobre sua história e trabalho no site www.julianajaber.com