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Grades Invisíveis – Ela ainda está aqui”: o curta que transforma lenda em denúncia poética

Natural de Bom Despacho e com trajetória sólida no jornalismo mineiro, Sérgio Cunha une forças com a também jornalista Flávia Flores para lançar Grades Invisíveis – Ela ainda está aqui, um curta-metragem que se debruça sobre uma das lendas urbanas mais inquietantes da região noroeste de Belo Horizonte: a da Loura do Bonfim.

A história, que percorre o imaginário popular desde as décadas de 1940 e 1950, narra a aparição noturna de uma mulher misteriosa que seduz homens no Centro da capital e os conduz até o bairro Bonfim, onde desaparece em frente ao cemitério, afirmando ali ser sua morada. Mas, sob essa narrativa quase folclórica, os autores escavam algo mais profundo: o modo como a sociedade constrói, silencia e enterra a voz das mulheres, ontem e hoje.

Gravado durante madrugadas frias no entorno do Cemitério do Bonfim, o curta propõe uma releitura contemporânea da lenda, misturando realidade e ficção com estética cuidadosa e uma forte carga simbólica. A produção é 100% independente, realizada com recursos próprios pelos dois jornalistas, que assinam roteiro e câmera (Sérgio Cunha e Flávia Flores), direção (Sérgio Cunha), produção e edição (Flávia Flores).

Grades Invisíveis não é apenas uma história de assombração: é um filme que confronta o patriarcado, expõe cicatrizes sociais e dá rosto às mulheres que foram apagadas por estruturas de poder. A personagem que vaga pelo Bonfim não é um espírito vingativo, mas uma representação viva das dores que ainda ecoam e que exigem memória, justiça e transformação.

O curta já está disponível no YouTube, no canal @vozdametropolecomunicacao, e marca não apenas uma contribuição artística relevante, mas também o olhar crítico e sensível de dois profissionais comprometidos com temas urgentes e contemporâneos.

Da Cidade Sorriso para o mundo, Sérgio Cunha e Flávia Flores provam mais uma vez que o assuntos sensíveis também são palco de grandes narrativas e que contar essas histórias pode, sim, ser um ato de resistência!

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