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Autoconhecimento e Autocuidado: o Cuidar de Si na Arte de educar

Em tempos de intensas transformações sociais, emocionais e tecnológicas, os profissionais da educação têm sido cada vez mais exigidos — não apenas como transmissores de conhecimento, mas como sustentáculos emocionais para crianças, jovens e famílias. Contudo, essa entrega constante ao outro, sem pausas conscientes para o cuidado de si, pode levar ao esgotamento, à perda de sentido e até mesmo ao colapso emocional.

Na perspectiva da psicanálise, especialmente sob a ótica de Carl Gustav Jung, o autoconhecimento é o primeiro ato de cuidado. Quando o educador se reconhece como um ser humano inteiro — com luzes e sombras, limites e potências — ele amplia sua consciência e, com isso, fortalece sua capacidade de lidar com o sofrimento, as frustrações e as pressões diárias da sala de aula.

O autocuidado, nesse contexto, vai muito além do descanso físico. É um movimento simbólico e psicológico de reconexão com o próprio sentido de existir. Significa permitir-se sentir, elaborar as dores, reconhecer os sinais do corpo e da alma, e, sobretudo, cultivar espaços de pausa e escuta interior.

A prática diária do autoconhecimento e do autocuidado transforma o educador em alguém mais presente, mais sensível e, paradoxalmente, mais forte. Quando o professor compreende e acolhe suas próprias emoções, ele também amplia sua empatia, tornando-se um agente de transformação emocional dentro da escola.

Prevenir colapsos emocionais não é apenas um ato de sobrevivência — é uma escolha ética e afetiva. É cuidar da base que sustenta o processo educativo. Afinal, ninguém pode oferecer o que não tem: para cuidar do outro, é preciso, antes, aprender a cuidar de si

MSC. Vera Queirogas, Psicanalista e Mentora de Mulheres. Uma das fundadoras da Qibel, Clínica de Psicologia e Psicanálise em Bom Despacho. Instagram @quibel.bd Contato: 37 9 9148 28 53

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