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PAGAR IMPOSTOS É RUIM. PIOR É SABER COMO ESTE GOVERNO GASTA NOSSOS IMPOSTOS

Poleiro do Chantecler – O ferrinho do dentist

Meus caros, raros e fieis leitores,

Acabei de fazer minha declaração do imposto de renda relativa ao ano passado. Tenho um salário razoavelmente bom para os padrões brasileiros. Não é nenhuma Brastemp, mas dá pra sobreviver. Paguei um montão de imposto de renda na fonte. Não tenho nenhuma interferência nisso. Já vem descontado em meu contracheque. Como não tenho nenhuma outra fonte de renda, imaginei que eu estaria quites com o Leão. Qual o quê! Para surpresa minha, ao terminar de fazer minha declaração – que achei que seria apenas algo pro forma – os cálculos finais me levaram a pagar mais um tantão. E isso vem assim já há alguns anos. Como eu pago tudo diretamente na fonte, tudo em conformidade com a legislação vigente, estranhei esse resto – que não é propriamente um resto: é um restão. Indaguei meu contador a razão disso. A resposta dele foi cristalina: “Tem duas razões para isso: primeira, o governo não tem corrigido os valores da Tabela do IR; segunda, como você não tem mais despesas de educação com seus filhos, você precisa adoecer mais. Você quase não gasta com médico, dentista e hospital”. E ainda foi irônico comigo: “-E tem mais: se você não quiser mais pagar imposto de renda, basta arranjar um câncer. Mas não é qualquer cancerzinho, não. Tem de ser um senhor câncer! Enquanto você não adoecer direito e rotineiramente ou arranjar um câncer, você vai sempre pagar mais e mais imposto de renda!”

Explicação direta e objetiva: Quer dizer que o governo está certo? O errado sou eu que não tenho o costume de adoecer? E nem para pegar um câncerzinho eu sirvo. Aliás, corrijo: câncerzinho não serve. Tem que ser um tumorzão!

E o pior de tudo é que meus impostos nãos se limitam somente ao imposto de renda. Andei fazendo umas contas e cheguei a esses números um tanto alarmantes: de cada 100,00 reais que recebo, o governo me toma 27,50 na fonte a título de imposto de renda, mais 11,00 reais de contribuição previdenciária. Ou seja, me sobram apenas 61,50 reais para gastar. Mas antes de eu começar a gastar em consumo propriamente dito, eu tenho de pagar um IPTU e um IPVA, mais alguma multinha de trânsito aqui e outra ali – o que daria mais uns 1,50 real de impostos. Restam-me, então, 60,00 daqueles 100 reais iniciais. Ou seja, até aí o governo já me surripiou 40% de impostos. Aí eu vou às compras. Cada compra que eu faço – alimentação, vestuário, remédio, gasolina, viagens, lazer, etc eu pago, em média, uns 20% de imposto sobre produtos industrializados (IPI – federal) e de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS – estadual). Em resumo, de cada 100, 00 de renda que recebo o governo me toma 60,00 reais a título de imposto. Isso significa que 3/5 do que eu ganho vão para o governo.

Os dados mostram que a carga tributária do Brasil alcançou, em 2024, 32,8% do nosso produto interno bruto (PIB). A minha carga tributária pessoal foi bem mais que isso, na realidade, quase o dobro: foi 60% de minha renda.

Lá na Suécia, na Noruega, na Dinamarca e outros países, a carga tributária também é assim, bastante alta. Com uma ressalva: lá o governo devolve para a população tudo o que dela arrecada. Devolve em forma de educação e saúde gratuitas, fornece um sistema de segurança pública de fazer inveja a qualquer um, ótimas ruas e estradas e até moradia de graça para quem precisar.

E aqui? Os serviços que o governo oferece são de péssima qualidade. Eu, particularmente, não uso praticamente nada do governo: por ter um bom plano de saúde, não uso hospital público, não uso escola pública (já passei da idade), recebo uma segurança que só me dá medo e uso umas estradas com péssima sinalização e com um asfalto cheio de remendos e desníveis. É phoda!

E o pior de tudo é constatar que meu dinheiro está sendo gasto com mordomias governamentais luxuosas de fazer inveja à corte do Rei Luiz XIV – conhecido como “Rei Sol”, da França, cuja corte em Versalhes era famosa por sua opulência e extravagância. É o meu adicional de imposto de renda que está pagando as viajens internacionais palacianas inúteis de nosso príncipe consorte – Lula – e sua princesa “com sorte” – Janja -, com suas comitivas imensas, hospedadas nos hotéis mais luxuosos das capitais europeias. É só lembrar que nossa comitiva para o enterro do Papa foi disparado a maior de todos os países! Tudo por minha conta.

Mais “pior” ainda, é ver que meu expropriado imposto de renda está pagando salários descabidamente descomunais e sem controle de nossos juízes das mais altas cortes de Justiça. É meu imposto de renda que está pagando milhões de reais de atrasados sem nenhum sentido a desembargadores, alguns deles até já condenados por corrupção e, claro, regiamente aposentados por isso.

O que me dóii ao pagar tanto imposto é ver que ele não se destina a uma melhoria da educação e da saúde, mas sim aos corruptos que permeiam todos os altos cargos do Setor Público e que, certamente, estão rindo de mim neste momento em que escrevo este desabafo. E ainda sou alertado por parentes e amigos que, ao denunciar tudo isso, eu posso ser envolvido num processo judicial, sem direito à defesa, por estar atentando contra as sagradas instituições que são a expressão de nossa democracia.

No Brasil do Lula e do nosso atual STF o cidadão não pode pensar.

Pobre Brasil! Pobres brasileiros!

Chantecler

Mozart Foschete

Poleiro do Chantecler – O ferrinho do dentista.

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