Óla leitor(a)! Sou Gabriela Fernandes, colunista do Jornal Fique Sabendo, sou educadora, mãe, especialista em gestão da educação, bacharel em direito, há mais de 20 anos atuo no segmento educacional. Destaco minha atuação como conselheira em diversos conselhos municipais de educação, assim como diretora de escola e coordenadora administrativa da educação. Como secretária de educação de Bom Despacho (2021-2024) pude aperfeiçoar habilidades importantes, além de ampliar a visão sobre políticas públicas aplicáveis na área da educação.
É com grande entusiasmo que inicio a minha coluna EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO dedicada a refletir sobre a importância e os desafios na educação, haja vista sua importância em nossas vidas, especialmente para os jovens.
Neste sentido, convido você a falarmos sobre as perspectivas do ensino em 2025. É certo que o processo de ensino e aprendizagem ao longo dos anos, tem sofrido diversas influências e inovações principalmente da área digital e tecnológica. Não podemos ofertar para os alunos um processo de ensino que não seja compatível com a atualidade e as suas realidades.
Todo início de ano letivo traz consigo uma magia e uma esperança para todos os envolvidos no processo educacional. Nas escolas os pais chegam levando seus filhos que são os seus bens mais preciosos, os entregando para os educadores no primeiro dia de aula. Com entrega dos filhos, os pais depositam na instituição de ensino a esperança e a certeza de que a educação proporcionará para os filhos um futuro mais próspero.
Já os alunos, chegam às escolas com os olhinhos brilhando e cheios de expectativas, trazendo na bagagem suas vivências e memórias afetivas, querendo encontrar na escola o professor que acolhe, que sorri e que segure sua mão para dar inicio o ano escolar.
Os educadores nas escolas recebem os alunos esperançosos para que chegue o dia em que serão realmente valorizados pela sociedade. Com entusiasmo os educadores seguem buscando os melhores métodos e maneiras de acolher os alunos com a dignidade que eles merecem e para um caminhar docente de 200 dias letivos.
Com o início das aulas, as expectativas, a esperança, a alegria continuam como sempre foram, mas afinal o que muda? O que nós, como pais, educadores e alunos podemos esperar como tendências educacionais para o ano de 2025?
Vejamos o que surge no horizonte do ensino e que deverá ser abordado pela educação, incluindo, mas não se limitando a:
1ª O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA): A inteligência artificial (IA) deixou de ser um tema futurista e vem ganhando espaço significativo na educação. Apesar de um recurso ainda desconhecido por muitos, está sendo incorporado de forma crescente em áreas afins da educação, não tanto pelos alunos, mas principalmente pelos profissionais da educação. Atualmente, os educadores podem utilizar de recursos da IA, para facilitarem o fazer docente, podendo destacar o uso de IA seja através do uso de aplicativos para elaboração de planejamentos de aulas que sejam mais dinâmicas, a criação de experiências educacionais mais inclusivas, automação do processo de avaliação, vídeos, simulações, textos e jogos educativos. Todos estes recursos já estão disponíveis para serem utilizados de maneira personalizada e como facilitadores do processo de ensino e aprendizagem.
2ª EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A educação para 2025 tem um foco para questões ambientais e de sustentabilidade. A educação ambiental deverá ser integrada ao currículo de forma mais incisiva, preparando os alunos para serem cidadãos conscientes e ativos em relação ao futuro do planeta. As práticas sustentáveis, como a redução de desperdícios, o uso de tecnologias verdes e a promoção de hábitos sustentáveis deverão estar dentro e fora das salas de aula e deverão ser pensadas e colocadas em prática cotidianamente nas escolas. O foco deverá ser capacitar e fortalecer os estudantes para enfrentarem incertezas e os desafios e mudanças globais.
3ª RESTRIÇÃO DO USO DE CELULARES NAS ESCOLAS: Com a recente aprovação da lei 15.100/2025, que restringe o uso de celulares e equipamentos eletrônicos em escolas públicas e privadas do Brasil, é necessário destacar que esta política restritiva tem como objetivo salvaguardar os alunos da educação básica no que tange a saúde física e psíquica, bem como promover a socialização e diminuir as distrações durante as aulas. A lei não representa uma proibição total, permitindo o uso de celulares em atividades pedagógicas específicas ou como ferramenta de inclusão para alguns alunos. O uso do celular está liberado situações de perigo, garantir a inclusão ou para atender às condições de saúde. O docente terá como desafio, trabalhar com a conscientização dos jovens para o uso moderado deste aparelho, devendo a intenção pedagógica ser clara para o uso com intencionalidade pedagógica.
4ª EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: Passados vinte anos desde a promulgação da Lei 10.639/2003 que torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira, ainda é pacato a abordagem deste tema nos currículos educacionais, principalmente na educação básica. Torna-se necessário de forma incisiva e efetiva implementar o ensino da sobre a história africana e afro-brasileira. Posteriormente foi promulgada a lei 11.645/2008 ambas as legislações pautaram o que muitos livros didáticos deixavam de fora nas escolas: a história da África, dos africanos e indígenas, a luta dos negros e dos povos originários no Brasil, as culturas e o papel desses povos na formação da sociedade nacional. É preciso colocar em prática o trabalho da Educação Antirracista ao longo de todo o ano letivo e não apenas em datas como Consciência Negra e Dia dos Povos Indígenas. É desafio para os gestores educacionais trabalhar a valorização da diversidade.
5º INCLUSÃO: A inclusão escolar está relacionada com direito gratuito e obrigatório do acesso e permanência dos cidadãos à educação ofertada nas instituições escolares públicas, considerando e respeitando as diferenças e particularidades de todos, até mesmo daqueles que não tiveram oportunidade na idade certa. O principal desafio é tornar universal o acesso da educação institucional. Não admitido a prática de distinção entre os alunos, seja pela sua etnia, gênero, condição social ou outras formas de segregação. Lutar pela superação destes desafios e tornar efetiva a inclusão nas escolas. Cabe aos gestores, professores e comunidade escolar encontrem e apresentarem estratégias e metodologias que possibilitem a aprendizagem de todos os alunos em sala de aula. Também é essencial o diálogo com os alunos sobre o respeito pelas diferenças e a importância da inclusão escolar para toda sociedade.
Tendo em vista os pontos que trouxe, nesta coluna, estamos diante dos avanços da tecnologia, das mudanças sociais e novas demandas do mercado de trabalho, são essenciais que gestores, professores e escolas estejam preparados para os desafios que são crescentes e contínuos. As necessidades apresentadas pela educação acompanham as transformações sociais mundiais. O que se espera da educação é uma educação sistêmica, que foca em diferentes aspectos, provendo alterações necessárias que impactam positivamente no processo de ensinar e aprender, afinal educação é movimento!
Será que as escolas e educadores estão prontos para as tendências para educação em 2025?
“Para ter mais informações sobre educação me siga nas redes sociais: @gabrielafernandeso
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Gabriela Fernandes, Mãe, Educadora, Bacharel em Direito, Ex-Secretaria da Educação de Bom Despacho, Especialista em Gestão da Educação e Servidora Pública.