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Entrevista com o prefeito eleito Fernando Cabral

Qual é a primeira medida que você fará após tomar

posse como prefeito de BD?

            Bom Despacho tem pressa. Por isso,

no nosso primeiro dia de governo, tomaremos não uma, mas diversas medidas. Destaco,

porém, as medidas que tomarei para que o atendimento à saúde do bom-despachense

seja normalizado. Especialmente a reativação do Pronto Atendimento Municipal, a

reabertura dos PSFs fechados, a compra de medicamentos que faltam na farmacinha

e o início do mutirão para acabar com as filas de cirurgia e de exames.

            Além da saúde, tomaremos diversas

medidas de ordem administrativa para que a administração pública passe a

prestar um serviço melhor à população.

Como a comunidade participará da escolha do secretariado?

            Já está participando. Pelo Facebook e pelo e-mail, estou coletando

sugestão de nomes. Até o momento já recebi indicação  de pelo menos dois nomes para cada

secretaria. Em alguns casos, o Educação, já tenho dez nomes.

            A maioria dos nomes que escolherei

virão dessas indicações. Entendo que isso é importante, pois é mais uma forma

de o povo participar do nosso governo. Um governo que será democrático,

transparente e aberto, sem prejuízo de ser também comedido, recatado e sóbrio.

Esse estilo de governo se refletirá na escolha dos secretários.

Qual é o tempo determinado para o início de execução

dos seus projetos?

            Isso varia de projeto para projeto.

Ou de fase outra. Por exemplo, o segmento Leste do Anel Rodoviário (Estrada do

Pica-Pau), terá início imediato. A mesma coisa quanto à rua de acesso à UNIPAC.

São medidas que considero urgentes. Já a construção do hospital municipal

ficará para mais adiante.

            Também pretendemos enfrentar com

muita urgência o estado de calamidade de bairros como o Rosário II. Queremos

fazer logo ali uma quadra e um PSF, além de pavimentar as ruas. Vamos trabalhar

para fazer isso muito rapidamente.

Como será o trabalho com o Legislativo, já que nenhum

candidato a vereador de sua coligação não foi eleito?

            Nosso relacionamento com o

Legislativo será como deve ser: respeitarei a independência e autonomia daquela

Casa. Em contrapartida, tenho certeza de que os vereadores cumprirão sua parte

fiscalizando a atuação do Executivo e legislando em prol de nossa cidade.

            Ao contrário do que muitos pensam, é

bom ter uma Câmara de origem oposicionista. A oposição não nos deixa errar,

pois vigia e cobra. Isso é especialmente verdadeiro quando os vereadores têm

espírito cívico e defendem de fato os interesses da sociedade a que servem.

Vereador que tem esse espírito não dificulta a vida do prefeito em detrimento

da sociedade. Ao contrário, tenta sempre ajudar, mesmo quando faz oposição.

            Como todos os vereadores que lá

estão foram eleitos para defenderem os interesses dos cidadãos, estou certo de

que não me negarão apoio naquilo que eu necessitar para melhorar a cidade.

            Ao mesmo tempo, exercerão  sua obrigação de fiscalizar e criticar, caso

eu não esteja fazendo o máximo que poderia em favor de Bom Despacho.

O senhor acredita que agora será muito cobrado pela

população?

            Sim, seremos muito cobrados.
            Não importa o que façamos, sempre

haverá os insatisfeitos e os que gostariam de ter um pouco mais. Nesse sentido,

acho que seremos cobrados sim. Isso também é bom, pois nos estimula a fazer

cada vez mais.

            No geral, porém, não daremos

oportunidade para cobranças, pois executaremos o nosso programa de governo com

desvelo e faremos as mudanças necessárias antes que o cidadão tenha motivos

para cobrar.

Quando o senhor pretende anunciar oficialmente o

concurso?

            Tão logo tome posse, baixarei o ato

determinando a realização imediata do concurso. No momento, creio que teremos

de 400 a 500 vagas. Esperamos não gastar mais de seis meses entre o início dos

trabalhos e a nomeação dos aprovados.

            Aproveito para esclarecer a situação

dos contratados. A enorme maioria está em situação irregular. Mesmo assim,

aqueles que prestam serviço público relevante e de natureza continuada, terão

seus contratos renovados por mais um período.

            Exemplifico com o caso dos

professores. Não podemos parar as escolas. Então, haverá novação.

            Se ainda houver gente na lista que

não foi contratada, continuaremos na sequência.

            Mas, esperamos que essa seja a

última vez que os trabalhadores, a prefeitura e o cidadão sejam prejudicados

com esses contratos espúrios. A partir do meio do ano, somente concursados

entrarão na prefeitura.

Como o senhor planeja enfrentar a situação financeira

da Prefeitura?

            Em primeiro lugar, negociando a

dívida com o Governo Federal. Essa parcela representa algo em torno de R$ 15

milhões relativos ao INSS, PIS e PASEP. Faremos um parcelamento de longo prazo

para que o município não tenha que ser paralisado para pagar dívidas.

            Em segundo lugar, negociaremos com

os fornecedores. Pagaremos primeiro àqueles que queiram dar um desconto significativo.

Penso que isso poderá reduzir o tamanho da nossa dívida em pelo menos uns 20%.

            Quanto aos demais –  aqueles que não são governo e não quiserem

dar um desconto – pagaremos em parcelas mensais proporcionais ao respectivo

crédito.

            Manteremos esses pagamentos dentro

de limites razoáveis para que sobre o dinheiro necessário para os investimentos

que a cidade requer.

            Em terceiro lugar, impediremos o

desvio de dinheiro e estancaremos o desperdício.

            Em quarto lugar, vamos aos governos

Federal e Estadual exigir o que é nosso por direito.

            Dessa forma, faremos nossa cidade

funcionar. De início, um pouco mais lentamente. Logo em seguida, a todo vapor.

Essa dívida não nos intimida e não nos paralisará.

Haverá um canal de comunicação entre Prefeitura e Cidadão?
Sim. Na realidade, haverá vários.
Primeiro, criarei a Ouvidoria do Cidadão,  mediante a qual o cidadão poderá apresentar

suas queixas e reivindicações.

Segundo, instruirei meus secretários para que abram em suas agendas

horários para receberem a coletividade. Isso deverá ser feito especialmente por

intermédio de seus representantes, como associações de bairro.

            Terceiro, eu mesmo terei horários

reservados para receber os cidadãos e seus representantes.

            Quarto, teremos comunicação direta

pelos meios de comunicação clássicos e pela Internet.

            Nosso governo será um governo

transparente, aberto e sempre pronto para ouvir.

Considerações finais
            Durante a campanha nossos

adversários nos criticaram porque apresentamos um plano de governo ousado. Eles

são míopes. São políticos do “não pode” e do “não dá”. São políticos que não

confiam no povo bom-despachense, nos seus trabalhadores e empresários.

            Eu, porém, acredito nos nossos

trabalhadores e nos nossos empresários. Acredito que nós podemos. Acredito que dá,

sim.

            Um prefeito precisa pensar bem além

de simplesmente tapar buracos nas ruas. Nós pensamos. O eleitor nos apoiou e

nós vamos fazer.

            Vamos trabalhar e mostrar que o

eleitor não errou quando nos escolheu. Dá para fazer.  Vamos fazer. Nós acreditamos. Juntos, nós

poderemos.

            Nosso jeito novo de administrar vai

confirmar as esperanças daqueles que votaram em nós e vai converter aqueles que

inicialmente não acreditaram. É só questão de mostrar os resultados.

            Em alguns anos, olharemos para trás

e veremos um divisor de águas: nosso primeiro século, que se encerra esse ano,

e o nosso segundo século, que se iniciará em janeiro. Serão dois períodos muito

diferentes. Entre um e outro, estará o nosso governo.

            Eu prometo isso ao bom-despachense.

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