Ao refletir sobre o trabalho no ano, reafirmo o meu compromisso em 2026, para o fortalecimento das mulheres e o combate à violência que assola nossas comunidades. No Brasil, os números alarmantes de violência contra a mulher continuam a desafiar nossa consciência coletiva.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher (DataSenado), mais de 3,7 milhões de brasileiras sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar em 2025 e o país ultrapassou a marca de 1.000 feminicídios registrados. Além das mortes consumadas, o Monitor de Feminicídios identificou mais de 6000 ocorrências somando feminicídios tentados e consumados, reforçando a necessidade urgente de ações efetivas para reverter essa realidade.
A cultura patriarcal está enraizada nos lares, no trabalho e na política. É normalizada a superioridade de homens e a consequente subordinação das mulheres. Embora no Brasil tenhamos liberdade para estudar, trabalhar, votar, viajar, ocupar espaços de liderança e sejamos a maioria da população do país, ainda vemos a desvalorização das tarefas de cuidado e domésticas atribuídas às mulheres, em contraste com o trabalho produtivo e público atribuído aos homens. Chama a atenção também que o comportamento e as vestimentas das mulheres são julgados para justificar abusos e a posse dos homens.
A violência contra a mulher raramente se inicia pelo crime. Antes disso, há diversas formas de ataque à identidade feminina, seja no controle das roupas, na proibição de se conviver com familiares e amigos, nas exigências para se manter exclusivamente no lar, nas humilhações ou ameaças. A mulher passa pela violência psicológica, moral, patrimonial e sexual, muitas vezes de forma silenciosa e acreditando estar tudo bem, perdoando inclusive algumas ações por serem atos isolados de ciúme ou pressão no trabalho.
Quando é constatada uma agressão física, percebe-se uma mutilação em busca da anulação da individualidade da mulher. Ao desfigurar o rosto ou o corpo, o agressor força a vítima ao isolamento e à vergonha, o que facilita o ciclo de dominação.
A conta da pandemia que não pensamos está chegando agora. A violência que estava fechadinha nas casas está saltando aos nossos olhos e as cenas estão cada vez mais cruéis. É fundamental reconhecer que o combate à violência contra a mulher não é uma luta exclusiva das mulheres, mas uma responsabilidade compartilhada por toda a sociedade. Portanto, é igualmente importante cuidar da saúde mental tanto das mulheres quanto dos homens, promovendo um ambiente de apoio e compreensão mútua. A defesa das mulheres exige uma abordagem multifacetada que envolva políticas públicas, educação e conscientização social.
Neste sentido, comprometo-me a trabalhar incansavelmente para transformar essa realidade. Sou idealizadora de um movimento chamado Libélulas de Minas, que apoia iniciativas individuais e coletivas, para o fortalecimento do empreendedorismo feminino, promoção de ações pelo autocuidado e saúde mental. Participo do quadro Libélulas na Rede Mais TV, na região Centro-Oeste Mineira para ampliar a conscientização das pessoas. Como integrante do Diretório do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), sugiro e apoio políticas públicas eficazes para que a equidade, o respeito e a não-violência sejam pilares fundamentais para a evolução da sociedade.
Que o ano de 2026 seja um marco na nossa jornada. Juntos, podemos fazer a diferença e iluminar o caminho para dias de paz, onde todas as pessoas possam viver sem medo de violência, e onde a saúde mental e o bem-estar sejam uma realidade acessível a todos.
