Recentemente, vivi uma experiência que me trouxe muitas reflexões. Fui a uma festa com um amigo, alguém que admiro e tenho profunda confiança. Para minha surpresa, ele me relatou, depois do evento, que se sentiu extremamente desconfortável durante a noite. Ele disse que não se sentia pertencente ali, como se estivesse fora do lugar, isolado em meio a um ambiente que não o aceitava como ele é. Disse que não era um ambiente receptivo pra ele e que todos os seus traumas voltaram.
Isso me tocou profundamente e me fez pensar sobre o quanto ainda temos que avançar quando se trata de respeito, inclusão e empatia.
Como psicóloga, sei o quanto o ambiente social pode impactar a saúde mental de uma pessoa, especialmente para aquelas que já enfrentam diversas formas de discriminação e marginalização. O que parecia ser uma festa divertida e inofensiva para muitos, tornou-se um espaço hostil para o meu amigo, alguém que, assim como qualquer outra pessoa, merecia sentir-se confortável, acolhido e respeitado.
O que me deixou mais triste foi perceber que o simples ato de estar em um lugar onde ele não se sentia aceito foi suficiente para provocar sentimentos de insegurança e inadequação. É um lembrete claro de que, mesmo em espaços que deveriam ser seguros e de celebração, a exclusão ainda é uma realidade para muitas pessoas da comunidade LGBTQIAPN+.
É importante refletirmos sobre como nosso comportamento pode contribuir para a inclusão ou exclusão de outras pessoas. Muitas vezes, uma piada que parece inofensiva, um olhar enviesado, ou um comentário não solicitado pode criar barreiras e fazer com que alguém se sinta como se não tivesse o direito de existir plenamente. Esse tipo de ambiente não só afeta a autoestima, mas também o bem-estar emocional, social e psicológico das pessoas.
A boa notícia é que todos nós podemos fazer parte da mudança. Ao nos educarmos e ao adotarmos uma postura de respeito, empatia e acolhimento, podemos contribuir para a construção de espaços mais inclusivos. Somos todos responsáveis por criar uma sociedade onde todos possam se sentir valorizados e pertencentes, sem medo de serem quem são.
A partir dessa experiência, me comprometo a ser mais atenta aos ambientes em que estou e a refletir sobre como minhas atitudes podem afetar o outro. A inclusão não é apenas uma palavra, mas uma prática diária que depende de todos nós.
Respeito é a base da convivência humana – e o respeito à identidade de cada pessoa, independente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora.